Arquivo para março \14\+00:00 2017

Entrevista Banda Ojo

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Olá. Estamos aqui para apresentar para vocês, uma recém formada banda de Chapecó que está dando o que falar. Isso porque em pouco tempo eles já estão com um ep gravado, videoclipe e um contrato assinado para lançamento de do primeiro disco e de um dvd ao vivo. Realizamos um bate papo com estes jovens inspirados que nos contaram um pouco da sua vida, como surgiu a banda e sobre a repercussão da banda nas redes sociais.

Primeiramente se apresentem.

Ramon – Eu sou o Ramon, é sempre difícil falar sobre a gente. Eu toco guitarra.

Clarice. Oi eu sou a Clarice, toco violão e canto. E gostaria de dizer que estou bem emocionada de estar respondendo a nossa primeira entrevista.

Zphr – Eu toco bateria tum tum tum pá!

Como surgiu a banda?

Ramon – É sempre difícil falar sobre isso…

Clarice – Na real, estamos falando de algo que aconteceu de forma muito espontânea…

Zphr – A gente foi dar uma volta e parou pra tomar sorvete.

Clarice – Estava passando um carro de som em formato de vitrine, e a música era muito ruim, sabe aquelas locuções de rádio AM?

Ramon – Uma imagem ruim, um som ruim, mas que causou uma sensação boa.

Zphr – Quando sentimos as mesmas coisas nos tornamos necessários uns aos outros.

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Vocês já tinham tocado juntos?

Ramon – É sempre difícil falar sobre isso…

Zphr – Nunca nessa vida.

Clarice – A gente se conhecia de vista. Se via por aí… eu nem imaginava que eles tocavam…

E como vocês deram esse nome pra banda?

Ramon – É sempre difícil falar sobre isso…

Clarice – Na verdade o nome surgiu de uma piada interna. Um dia Zphr chegou dizendo que ia ficar cego e terminou dizendo que tudo dependia de um ponto de vista. Isso virou uma frase que repetíamos o tempo todo. Dai quando gravamos os primeiros ensaios precisávamos escrever algo em cima da fita e o Ramon disse: escreve olho. Parece meio idiota, mas acredito que todos os nomes de banda surgiram dessa forma.

Zéfiro – É pode ser isso… ou não… Na real tudo depende de um ponto de vista.

(Risos)

E as primeiras composições?

Ramon – É complicado falar sobre…

Clarice – Foi tão espontâneo quanto tudo o que aconteceu com a gente. Começamos ensaiar na casa de um amigo. E de forma natural as músicas foram surgindo. Eu tinha uma ideia de música, o Ramon puxou uma frase de guitarra e a gente foi juntando todas as peças. Em pouco tempo agente tinha duas músicas, mas não tinha letra.

Zphr – Eu nem sei tocar bateria.

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Como vocês decidiram que não fariam letras e chamariam algumas outras pessoas para escrever…

Ramon – É… difícil entender essas escolhas…

Clarice – Já foi tudo escrito né. O mundo está cheio de palavras por todos os lados. Achamos que o texto acaba sendo arbitrário mas ao mesmo tempo necessário. Por isso buscamos a força dos poetas para nos auxiliar, para dizer de maneira escrita o que a gente estava sentido.

Zphr – Prefiro o olhar mudo de uma forma futurista em possibilidades estéticas. Não sei o que isso significa, tá escrito na contracapa desse livro…

E como vocês veem a política em tempos de grandes transformações mundial?

Ramon – É sempre… bom, deixa pra lá…

Clarice – A arte, pelo simples fato de ser arte, já é uma postura política. Num cenário em que ninguém se mexe pra fazer nada, só o fato de estarmos fazendo algo, acabamos exercendo esse olhar político. O que nos torna plural é o jeito que encaramos tudo isso. Não preciso citar nomes e muito menos olhar de um único lado.

Ramon – A política é uma merda.

Clarice – Godard dizia – “uma pequena minoria numa linha revolucionária correta, deixa de ser uma minoria”. Acreditamos que a arte tem esse poder. O poder de evidenciar as minorias fazendo com que elas se tornem expressivas.

Zphr – Sim… é bem isso… esse filme é muito foda.

Ramon – Godard é um velho ranzinza.

O que você ouvem?

Ramon – Ah essa eu… é fácil… não, peraí… putz… sempre é difícil escolher algo.

Clarice – Música francesa, Serge Gainsbourg…

Zphr – Eu ouço o som das coisas. Isso sempre me intriga…

Ramon – Eu vejo filmes… mas sempre acho complicado escolher um… as trilhas sonoras são legais.

Clarice – Pj Harvey, Jupiter Maçã, Os Mutantes…

Zphr – Mutantes é bem melhor que os Beatles…

Ramon – E os Beatles são melhores que os Roling Stones, sei bem onde isso vai parar… em lugar algum.

Clarice – Leonard Cohen, Julee Cruise

Ramon – Carcass.

E sobre a aceitação do trabalho de vocês. Como vocês veem isso, em tão pouco tempo de existência, a banda já tem um contrato com uma gravadora?

Ramon – É sempre difícil falar sobre isso…

Clarice – Foi sensacional. A gente não esperava. A gente nunca espera nada. Estamos mais preocupados em fazer algo.

Zphr – Eu esperava. Estou sempre esperando alguma coisa.

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Além de música o que vocês gostam de fazer?

Ramon – Eu vejo filmes… mas não sei se deveria citar algum…

Clarice – Eu faço uns quadrinhos. Gosto muito de representar o dia a dia em paisagens com tinta guache.

Zphr – Eu ando de skate. E quando toco bateria é como se eu estivesse andando de skate. A sensação é a mesma.

Ramon – Eu também ando de skate, mas minha cena foi cortada do filme.

Que filme? Vocês vão lançar um filme?

Ramon – A nossa vida é um filme. Sempre tem alguém filmando, fotografando e nos observando de forma diferente. E eu acho bobagem essa história de que quando estamos perto da morte passa um filme na nossa cabeça. Vejo as pessoas dizendo isso, mas não acredito.

Clarice – Estréia dia 19 de março. Vão lá ver.

Zphr – Esse cheiro que vocês estão sentido não é meu, é do ralo.

Deixem uma mensagem final.

Ramon – Sempre desconfiem de tudo e toda vez que disserem pra vocês ir para um lado, faça o contrário.

Clarice – Beijos a todos.

Zphr – O Ramon é um velho ranzinza.

Obs: Ramon, Clarice e Zéfiro são três personagens criados por Roberto Panarotto pra o filme OJO, que conta a história de uma banda e os seus poucos respiros em momentos cotidianos importantes.


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