Arquivo para julho \11\+00:00 2017

Rafael Coutinho em Desenho e Narrativa (Sesc Chapecó Julho/2017)

Sempre fui um entusiasta dos quadrinhos, me aventurando em alguns momentos de realização na época dos fanzines da década de 90 e sempre em tentativas de fazer algo utilizando esse tipo de linguagem. E por mais que sempre convivi com pessoas de ilustração, quadrinhos e design, sempre digo que não consigo desenhar uma linha reta com régua.

Pois bem, eis que surge a possibilidade de participar de uma “Oficina de Criação Literária: Desenho e Narrativa” com o Rafael Coutinho em Chapecó no Sesc.  Como grande fã e admirador do seu trabalho, vi ali uma oportunidade de conhece-lo pessoalmente. Trocar uma ideia entender um pouco mais do cara por detrás dos trabalhos maravilhosos que ele nos proporciona.

Ao chegar no Sesc para inscrição, oficina esta que tinha 12 vagas, percebi que muitos dos inscritos, também não eram desenhistas. Foi engraçado, porque o João Lucas, Joel Zanette, Andre Timm e Chena, todos ligados aos fazeres artísticos, não são desenhistas. Os inscritos que sabem desenhar eram o Digo e Matheus.

Não demorou muito para que o Rafael Coutinho nos apresentasse um histórico de quadrinhos alternativos sempre exemplificando em desconstruções mirabolantes (hora simples) mas sempre provocativas de artistas que pensam os quadrinhos não necessariamente como uma narrativa linear ao qual estamos acostumados, mas numa outra perspectiva que apresenta um lado mais espontâneo e sensorial.

Num dos intervalos (ainda na primeira noite) conversei com o João Lucas e foi legal perceber que a angustia de não saber desenhar era compactuada por ele também. Relaxei e disse, que se foda, se fosse pra vir aqui pra escrever, talvez não fosse tão legal, vamos nos proporcionar algo diferente andando por terrenos obscuros.

Nas noites seguintes isso se confirmou. Estávamos em 5 desenhando e o único que sabia desenhar era o Digo. Lógico que ele foi o alvo do bulling. Bah que desenho certo, tudo bonitinho, não sabe descontruir, não saber ser espontâneo. Quedele as locurage? (num linguajar chapecoense)

E por aí foi. Uma intensa semana de atividades que iam muito além do texto e do desenho. Que se fez muito por uma relações de proximidades compartilhadas. Rafael se mostrou uma figura incrível e aos poucos todos foram se sentindo mais a vontade. Desde o primeiro dia acabávamos saindo pra jantar, beber depois ao termino da oficina. Foram cinco noites de atividades, exercícios, experimentações, conversas, troca de informações e aprendizado coletivo. Simplesmente sensacional.

Lógico que, de tudo o que foi feito ali, não saiu porra nenhuma em termos de resultado prático e nem era esse o objetivo. Mas foi legal pelos caminhos traçados, insights, ideias que revigoram avivam o olhar e estabelecem novas perspectivas.

Obrigado ao Sesc, Dani pelo carinho e atenção (menos pela internet). Obrigado ao Rafael Coutinho pela gentileza de descer os degraus do inferno e vir até Chapecó nos proporcionar um pouco da sua experiência e sabedoria. E obrigado aos novos (velhos) colegas de classe pelos momentos descontraídos de pura inspiração.

Em tempo: O Rafael Coutinho veio ate Chapecó pelo projeto Arte da palavra – rede Sesc de leituras que promove Oficina de Criação Literária gratuita.


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