Arquivo para 27 de setembro de 2011

Filme: John Filme

E a Epopéia continua… em grande estilo para comemoração dos dez anos de banda.

A banda Epopéia passou por algumas incertezas nesse ultimo ano. Incertezas são momentos legais, independente dos fatores que originam, o que importa são as definições e os caminhos escolhidos. Nessas horas, se manter de pé é uma dádiva do ser humano. A música é mais forte e a vontade de seguir adiante tem que ser maior. E a música é o maior e o melhor de todos os argumentos.

Nesses momentos é importante a força e a presença dos amigos e família… Todos eles estavam no show. Inclusive os pais do baterista Tubin (que faleceu no inicio deste ano) que foi homenageado em diversos momentos. Foi um show emocionante por vários fatores. Um show repleto de sentimentos, mas que demonstra o crescimento artístico que a Epopéia vinha (e vem) apresentando nos últimos anos. Sempre preocupados em proporcionar ao publico sensações diversas envolvendo varias vertentes artísticas.

Para esse show a banda contou com a participação do Gelson Bini. Ele é assessor externo do SESC – SC e vem fazendo o circuito SESC falando sobre rock e literatura (projeto Guia de Leitura). No dia (noite) anterior (sexta feira – 16) houve um debate sobre rock e literatura (no SESC) que contou com a participação do Gelson Bini, Nico (do Epopéia) e o Mano (professor de literatura). O debate foi rico e juntou um publico interessado em ouvi-los falando sobre música, rock (lógico que quando falamos de rock, nos referimos a diversas possibilidades musicais) e como a literatura esta presente no meio disso tudo. E se falarmos de literatura, não podemos esquecer do cinema, dos quadrinhos, artes plásticas. Enfim… está tudo interligado. E isso reflete muito no que é a proposta do Epopéia. Uma banda que recupera e cria a sua alcunha utilizando um gênero literário, extenso (quase infinito). Em Chapecó a Epopéia é musical. Mas a percepção e inserção de outras vertentes artísticas são inevitáveis.

Na noite do show do Epopéia Gelson se encarregou de ler alguns contos para introduzir o espetáculo e confirmar que as artes são maiores do que qualquer estilo quando caminham juntas. E que a mistura de tudo enriquece e solidifica uma cena cultural. Os textos lidos foram de Marcelino Freire (retirado do livro Angu de Sangue) e “In Silence” de Carlos Henrique Schroeder, escritor catarinense. No final uma liberdade poética. “Loucos? Sempre! Mortos? Nunca! Nunca morremos, apenas deixamos de ser vistos” Gelson Bini

Dedicou o conto para o Tubin e em seguida anunciou a banda Epopéia que introduziu o show com um réquiem visual dedicado ao Tubin. Em seguida as cortinas se abrem e percebemos um palco preparado cuidadosamente para o espetáculo. Objetos e elementos que remetem a sensações. Um gramofone introduziu a canção, “Viagem de mim”, psicodelia progressiva que hipnotizou o público.

Ao fundo do palco uma projeção do filme “Nostalgia” do Tarkovski. Nada mais sugestivo e propicio para ocasião. E ninguém melhor que Tarkovski para ilustrar com imagens esse momento. Tarkovski fala do tempo, do silencio e das coisas simples… Nesse filme ele pontua esse vazio incondicional que sentimos e que podemos preencher de diversas formas. Um cineasta que morreu cedo, mas nos deixou um legado de filmes belíssimos e introspectivos, reflexivos… O momentos era esse e o tema não poderia ser mais propicio.

Na continuidade do show, músicas que estão nos eps lançados ainda com o baterista Tubin, mas também novas canções com a presença do novo baterista (o maninho ex-the Sulky) que segundo declarações da própria banda apareceu na hora certa e deu um novo animo para que a banda estivesse se apresentando novamente.

Além dos quatro músicos oficiais da banda, o show contou com diversas participações especiais. Jackson Kreuz contribuiu com arranjos de teclado/piano em diversas músicas. E em algumas músicas a presença de um naipe de metais (Anderson no Sax e Rodrigo no Trompete). Um show minuciosamente preparado e produzido para o teatro. Como eu sempre tenho costume de dizer. O rock no teatro apresenta muito mais possibilidades do que as torpes apresentações nos botecos e inferninhos. Cada um com suas peculiaridades e utilidades. Mas é ali no teatro, aos olhares fulminantes do publico que a banda mostra o seu valor e garante a excelência do espetáculo.

Uma noite memorável. Bonita e sensacional. E a Epopéia continua…

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